O filme dirigido por Fritz Lang em 1927 retrata uma cidade futurista no ano de 2026. Através das primeiras cenas, fica evidente a segregação existente entre os poderosos que ajudaram na elaboração da cidade, que ocupam a parte superior de Metropolis, e os operários escravizados que moravam na Cidade dos Trabalhadores, abaixo da superfície.

O criador da cidade, Joh Fredersen (Alfred Abel) é um homem preocupado somente com o funcionamento da cidade, carregando consigo um forte espírito capitalista que visa sempre lucrar. Joh possui um filho: Freder (Gustav Fröhlich). O jovem possui uma vida sem muitas preocupações, ocupando-se de divertimento e lazer da superfície.

Um dia, em uma de suas diversões, o jovem Freder acaba conhecendo Maria (Brigitte Helm), uma mulher responsável por cuidar dos filhos dos operários. Maria acompanha as crianças em uma rápida visita a um dos jardins da cidade. Apresenta sucintamente o que havia ao redor delas. Freder permanece imóvel, atento a cada gesto da jovem, que rapidamente retorna à Cidade dos Trabalhadores.

Freder decide seguir Maria. Em sua caminhada, encontra muitos operários trabalhando exaustivamente. Nesse momento, devido ao extremo cansaço, um deles morre próximo ao jovem. Freder fica horrorizado com o que observa. Nesse momento, é possível observar o choque de realidade que o protagonista leva. Enquanto vivia uma vida sem preocupações e esforços, não pensava nas mãos que fazia a cidade funcionar. Freder não queria que isso continuasse e por este motivo foi até seu pai para avisá-lo das atrocidades vistas.

A jovem Maria é a responsável por cuidar dos filhos dos operários

Joh não deu muita atenção ao filho. Diz ao filho que as coisas devem ser assim e não há como mudá-las. Freder se afasta de seu pai, que está preocupado com plantas desenhadas em pedaços de pano pelos operários. Certamente estavam tentando algo contra o criador de Metropolis, sugeriu Joh. Insatisfeito com o trabalho de um de seus funcionários, despede Josaphat (Theodor Loos) por acreditar que ele esteja trabalhando a favor dos operários. O homem é contratado por Freder para ajudá-lo em seu plano para encontrar Maria.

Joh vai até Rotwang (Rudolf Klein-Rogge), um inventor que trabalha para ele e que era apaixonado pela mulher do criador, Hel. Rotwang diz que terminou sua mais nova invenção: um robô capaz de realizar qualquer função humana, não precisando mais dos operários.

A máquina criada por Rotwang é capaz de realizar qualquer função realizada pelos operários de Metropolis

Enquanto isso, Freder vai até um operário e troca de roupas com ele, passando a exercer todas as funções de escravo. Após muito trabalho forçado, o protagonista vai até as Catacumbas, onde ocorrerá uma reunião. Freder fica surpreso ao ver que a líder religiosa da reunião é Maria, que conversa com todos os operários. Maria não prega o ódio, diz que não podem usar a violência para resolver esta situação, que deve haver um mediador para ligar cabeça e mãos: o coração. Freder tem a certeza de que é este mediador e busca contar isso imediatamente para a jovem.

Joh, que junto com Rotwang escutou a reunião escondido, sente-se ameaçado. Ordena a Rotwang que sequestre Maria e faça com que o robô tenha a sua aparência e dissemine o ódio entre operários. O inventor consegue raptar Maria e faz com que o robô tome o lugar dela. Tudo correra bem para Joh, exceto por uma coisa: não era ele quem controlava o robô, mas sim Rotwang.

Maria, com muito esforço, consegue se libertar da casa do inventor. Freder e Josaphat buscam a verdadeira Maria, que foge para a Cidade dos Trabalhadores. Enquanto isso, o robô espalha ódio entre os operários, dizendo que o mediador nunca existiria e que todas as máquinas deveriam ser destruídas. A falsa Maria induz todos os operários a se armarem e subirem até a superfície para acabar com tudo e construir um mundo livre de máquinas e escravidão.

Os trabalhadores conseguem parar o funcionamento das máquinas, mas isso faz com que a cidade inunde. Maria consegue chegar até a Cidade dos Trabalhadores, salvando os filhos dos operários que ficaram abaixo da superfície. Freder e Josaphat aparecem logo em seguida para ajudar a jovem.

Enquanto isso, na superfície, o caos está instalado. Operários e moradores da superfície entram em conflito. Junto com as máquinas destruídas, colocam a falsa Maria queimando em uma grande fogueira. Antes de derreter por completo, todos ao redor conseguem ver que era um robô por trás de todos os atos falsos da líder religiosa e que Rotwang estava por trás de tudo isso. O inventor estava ainda mais louco do que o seu normal.

Freder e Rotwang entram em conflito. O inventor tenta a qualquer custo levar consigo a verdadeira Maria. Após muitas trocas de socos, Rotwang cai de uma grande altura e acaba morrendo.

Terminado o caos, operários e moradores da superfície estavam reunidos onde tudo havia acontecido. Joh e um operário ficam próximos, quase apertando suas mãos, mas recusam o ato. Maria retoma a fala de que há um mediador e que o mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração. Freder conversa com o pai e em seguida com o operário, fazendo com que apertem as mãos. Este ato simboliza a união entre cabeça e mãos, ligadas pelo mediador.

O final do filme não deixa evidências se de fato ocorrerá uma mudança na forma de vida dos que estão abaixo da superfície e os que estão acima dela. Um simples aperto de mão seria capaz de derrubar o pensamento capitalista de lucro e produção? Um simples aperto de mão seria capaz de derrubar o pensamento de opressão e uma vida miserável? Estas e outras perguntas não podem ser respondidas com exatidão. O fato é que, graças ao aperto de mão auxiliado pelo mediador Freder, Metropolis fica salva de sua completa destruição, mas por quanto tempo?

Metropolis é um filme que não deve ser subestimado pelo ano de lançamento. A abordagem feita por Lang evidencia um futuro não tão utópico nos dias atuais, com todo o avanço tecnológico e as péssimas condições de trabalho que acompanham a sociedade, constituída a partir de uma grande divisão de classes. O que parecia distante no final da década de 20 com Metropolis nunca esteve tão perto da realidade quanto agora.

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