A Copa do Mundo de 2018, sediada na Rússia, trouxe ao povo brasileiro um pouco de alegria e afetividade em meio ao caos vivido recentemente. O Brasil, considerado por muitos como o país do futebol, sofreu dentro e fora de campo momentos tristes e que deixaram cicatrizes imensas. O fatídico 7×1, o impeachment da sua ex-presidente e extremas conturbações nacionais fizeram o brasileiro perder o seu patriotismo?

Por mais que muitos tentem não assimilar futebol e política – ainda que haja extrema vinculação entre ambos – o esporte é uma espécie de doença infantil, aquela paixão ardente, que mexe com o nosso coração, que faz gritarmos até ficarmos roucos e era óbvio que os governantes, mais cedo ou mais tarde perceberiam a importância/representação neste esporte dentro da sociedade. Esporte que aliás foi capaz de interromper batalhas no século XX.

A mobilização em tempos de Copa é algo a ser visto e analisado. Toda a afetividade dos cidadãos vivendo-a é possível ser vista somente em comemorações futebolísticas?

Vivendo tempos de decadência econômica, o brasileiro viu na seleção uma maneira de sorrir e encontrar animação, como em: 1958 e 1962, com o craque Pelé; 1970, com o tri, no México; 1994, com Romário e Bebeto e 2002 com o penta. Mas e o legado que ficará pós-Copa do Mundo? Será que iremos nos unir em busca de conquistas sociais?

A afinidade/vivência social presenciada na Copa não pode ser feita somente de quatro em quatro anos. Devemos em meio a situação atual usar como referência em busca de mobilizações necessárias para o crescimento do país. A Copa do Mundo encerrou mais uma edição e retornará daqui a quatro anos. Até lá, o quanto poderemos fazer para mudar o nosso país?

A crítica não está designada a torcer pela seleção, afinal, o futebol no nosso país é uma cultura, um esporte que move e moverá milhões de pessoas; pela sua paixão, pela sua emoção, pelos seus momentos únicos. Mas ele também pode servir de lição social. Uma lição que cabe para cada um de nós. Pois, a afetividade pode ser ainda maior se houver união em busca de melhorias nas quais a gente pensa que pode demorar uma eternidade.

O país vai pra frente quando nós decidirmos, em caráter unificado, exercer o patriotismo muito além de uma Copa do Mundo.

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