Para o cinema.
E, cara, como ela tem mérito nisso. Veja bem, são dezessete, dezoito filmes para chegarmos finalmente em seu ápice, a Guerra Infinita, cujo mote é a junção de todo seu universo cinematográfico. Como nos quadrinhos, não é mesmo?
Então, mais ou menos. E por esse mais ou menos que a Marvel se destaca. Ela conseguiu construir um público que consome heróis nessa mídia. Não espere que o público que consome o cinema vai partir para os quadrinhos, porque “foi de lá que eles vieram”.
O mais engraçado dessa grande jornada é em como, em seus primeiros filmes, a Marvel referenciava os quadrinhos para, dez, doze filmes depois, ela passar a referenciar o próprio universo que construiu no cinema. E isso é fantástico!
Assistiu de maneira avulsa Vingadores 2: A era de Ultron, mas não sabe nada sobre o Capitão América, Homem de Ferro e Thor? Não tem problema, não precisa vasculhar as centenas de quadrinhos ou a sessão “dez quadrinhos essenciais para entender o Homem de Ferro”. Tudo o que precisa fazer é acessar o grande catálogo de filmes da Marvel e assistir ao primeiro filme de cada um deles.
Genial, certo?
Daí que vem o planejamento da Marvel para seu universo. Tudo interligado, sustentado por si só. Sem a necessidade de outras mídias para entender o que se passa.
A gente pode até comentar sobre a Fórmula da Marvel (um outro papo, prometo) e em como ela faz esses filmes com o roteiro “pasteurizado”, com uma forma linear. Mas o que me chama a atenção se dá na dinâmica dos filmes.
Puxe pela memória. Dos dezessete, dezoito filmes, que precederam Guerra Infinita, quais deles você se lembra do final? Pois é. Guerra Civil, o primeiro Homem de Ferro, o primeiro Vingadores, Soldado Invernal, Guardiões da Galáxia, Pantera Negra. Quase um quarto de uma boa gama.
Essa dinâmica de filme mediano, filme ótimo, além de não nos cansar, cria uma rotina de “bora acompanhar o que a Marvel tá aprontando agora?” com cada filme ótimo, por mais que sejam poucos, para dar aquele gás a mais.
Talvez esse seja seu calcanhar de Aquiles. Necessário, por sinal. Tava lá no quadro de planejamento. Foi necessário dois filmes ruins do Thor para um bom.
A ideia aqui, pelo que vejo, é incutir o pensamento do universo interligado da Marvel nos cinemas.
Você não precisa assistir a todos os filmes, tem alguns chaves para sacar o que tá acontecendo. Mas, caso opte por esse lado, a sensação que você tem é que, ao chegar ao ponto final dessa fase que está rolando agora, você poderia aproveitar o filme muito mais porque ele se autorreferencia. Desde o primeiro Homem de Ferro até o Pantera Negra, que precedeu o andamento dessa fase.
E foi onde a Marvel nos levou.
Ou melhor, foi dessa maneira que ela levou os quadrinhos para o cinema.
Que deixaram de ser os quadrinhos, tornando-se filmes de heróis. A ideia de acompanhar os heróis da Marvel em outro formato parece que demorou dez anos para ser construído, mas acabou dando certo.
Quer saber que diabos o Tony Stark estava fazendo com o Homem Aranha em Guerra Infinita? Não precisa ler os quadrinhos, assista Guerra Civil e Homem Aranha de Volta ao Lar.
Incrível, não é mesmo?
Abraços.