Centrais sindicais convocam paralisação de 36 horas contra as medidas econômicas do presidente Mauricio Macri. Escolas, aeroportos, hospitais e demais serviços são afetados.

Nesta terça-feira (25), a Argentina amanheceu sob a quarta greve geral em menos de três anos. Convocada pelas centrais sindicais para durar 36 horas, a paralisação surge no momento em que Macri está em Nova York para participar da 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

Entre diversos setores que aderiram a paralisação estão os bancos, aeroportos, postos de gasolinas, supermercados, hospitais e até órgãos públicos. Serviços como transporte público e escolas também estão inclusos. Serviços básicos como hospitais públicos e coleta de lixo atuam com atividades reduzidas.

Presidente da Argentina, Mauricio Macri, quando visitou o Brasil em fevereiro de 2017 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical do país, a greve é uma reposta contra as políticas de austeridade imposta pelo governo. A crise econômica que assola os argentinos tem desvalorizado a moeda nacional e gerado uma alta inflação (que deve ultrapassar os 40% neste ano). O Produto Interno Bruto (PIB) está calculado em -2,4% para o fim do ano. Outro grande problema é o desemprego que também tem crescido com a crise. No segundo trimestre deste ano, atingiu 9,6% da população.

Os grevistas também se opõem ao acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que visa um empréstimo de US$ 50 bilhões, dos quais o país já recebeu US$ 15 bilhões. A ação fez com que o governo modificasse suas metas de resultado primário e de inflação.

Em Nova York, os representantes do governo devem aproveitar para tentar ampliar o empréstimo para um valor superior. “Vamos ter mais apoio do FMI. Não posso dizer quanto, porque estamos negociando” afirmou Macri em entrevista para o canal Bloomberg na última segunda-feira (24).

Para Macri, este não é “um momento oportuno” de greve e, segundo estimativas do próprio governo, a paralisação deve gerar um custo de 31,6 bilhões de pesos argentinos (US$ 847,16 milhões), equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto.

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