Recentemente, o ex-líder do grupo supremacista branco, Ku Klux Klan (KKK), David Duke, fez um comentário sobre as eleições no Brasil. Ele disse em seu programa de rádio, ser um simpatizante do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro: “Ele soa como nós. E também é um candidato muito forte. É um nacionalista”, disse o ex-líder da KKK.

A declaração repercutiu, já que Bolsonaro é acusado de racismo por parte sociedade, rótulo que ele tenta tirar, mas depois dos elogios de David Duke, dificulta a dissociação. Não foi no apenas Brasil em que a KKK causou polêmica. Em 2016, líderes da organização declaram apoio a Donald Trump, cujo seu pai, Fred Trump, foi preso na década de 1920 por associação ao grupo extremista.

Mas o que é exatamente a KKK e como se tornaram um grupo racista de influência nos Estados Unidos?

O ínicio

Entre 1861 e 1865, os Estados Unidos viviam a chamada Guerra Civil Americana ou Guerra de Secessão, onde a sociedade norte-americana se dividiu entre Estados do Norte e Estados do Sul. Os Estados do Sul, chamados Confederados, queriam uma emancipação do resto do país, pois eram contra a abolição da escravidão, além da continuidade do regime escravocrata, vigente até então. Os Estados do Norte, chamada União estava propondo a liberdade para os escravos.

Ao fim da guerra os confederados perderam e a partir de então os escravos ganharam a liberdade, sendo crime qualquer tipo de escravidão.

Essa derrota deixou os soldados confederados abalados, e para mostrar continuar resistência contra os Estados da União foi criado em 1866, no estado de Tennessee, uma sociedade secreta chamada Ku Klux Klan. A KKK é abertamente racista, antissemita, homofobia e cristã, e seu objetivo era impedir a integração social dos negros recém-libertados. Seus membros usam uma capa e capuz totalmente branco para esconder sua identidade.

O seu maior símbolo é uma cruz pegando fogo, para intimidar seus oponentes. Muitas vezes eles enforcavam e queimavam negros ex-escravos. O clima de terror pairou no Sul dos EUA através de ameaças, perseguições e assassinatos de negros e brancos que se opunham ao KKK. Um dos seus crimes mais conhecido foi a morte de Martin Luther King.

Criminalização

Em 1871, o presidente Ulysses Grant assinou a Lei de direitos civis que classificava a KKK como um grupo terrorista, sendo banida dos Estados Unidos, mas esse não foi o fim da Klan. Ela age na clandestinidade disfarçada de organização política. Ao longo dos seus mais de 150 anos, a KKK foi ganhando e perdendo apoio com seus discursos de ódio. Seus alvos eram imigrantes, judeus, católicos e negros, mas após os movimentos de direitos civis americanos e a criação da lei que criminalizava qualquer discriminação racial na década de 60, a Klan perdeu força e foi dissolvida em poucos núcleos.

Com uma ascensão da extrema direita pelo o mundo e com a eleição de Donald Trump, a Ku Klun Klan volta a assombrar os Estados Unidos. Atualmente, a organização fragmentada racista trabalha com unificação. Para se tornar membro, basta ser branco e cristão. Como sócios, os membros da KKK podem entram na loja online para comprar seu capuz branco de cetim. Os líderes agora se apresentam ao público mais virulentos do que violentos.

Hoje, alguns líderes da Klan falam com a imprensa abertamente, articulando planos ambiciosos que incluem construir força política. Nos EUA, as estimativas apontam para pouco mais de 6 mil membros, pouco à frente dos 2 milhões que tinha nos anos 1920.

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